Quase*
Estava tudo em seu lugar determinado:
o parafuso no seu curso, a chave na fenda.
e minha mão no cabo.
Mas, num movimento desajeitado,
forçou-se um tal desvio
que depois dele foi tudo dor e desvario.
Corro a lavar-me, com medo de estar cego
lavo-me, desesperado, e, por sorte, ainda enxergo.
Me encho de um regozijo, me alegro.
Mas isto dura apenas um momento,
até que ouço que a culpa é minha,
por descuidado que sou e desatento.
o parafuso no seu curso, a chave na fenda.
e minha mão no cabo.
Mas, num movimento desajeitado,
forçou-se um tal desvio
que depois dele foi tudo dor e desvario.
Corro a lavar-me, com medo de estar cego
lavo-me, desesperado, e, por sorte, ainda enxergo.
Me encho de um regozijo, me alegro.
Mas isto dura apenas um momento,
até que ouço que a culpa é minha,
por descuidado que sou e desatento.
* A publicação desta poesia aqui no "Verdades Provisórias" é um claro caso de autoplágio. Copio de mim mesmo, transferindo textos de um blog para outro para manter todos atualizados. De qualquer maneira, espero que os leitores gostem.
A imagem que ilustra esta postagem é, na verdade, um quadro do pintor francês Odilon Redon (1840-1916) intitulado "Olho Balão". Redon é um pintor considerado pós-impressionista e simbolista ou, ainda, um dos precursores do surrealismo. A obra está disponível para visualização no site: http://pintura.aut.org/
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