quinta-feira, 25 de outubro de 2012


quarta-feira, 16 de maio de 2012

Desvirtuando Caê

(num almoço entre pobres)

Você traz a coca-cola
eu tomo,
mas sem sobremesa.
Eu, como você.


terça-feira, 8 de maio de 2012

Renúncia


A cada corte do vento,
O não sentir.
A mão sobre o fogo,
Falta reflexo.
Corpo, suspenso,
Sendo sem sensação.
Apenas,
Passando...
Passando...
Passando...

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Autoficção ou a literatura do mim


pô!
tô com a unha do dedo do pé esquerdo
encravada!

(ainda bem que não tenho twitter!)

Nirvana


e a certeza óbvia aos homens.

morte é não-desejo.

que se faça do medo silêncio
por fim

eternidade.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Fundo


ao fundo
música de guitarra e estardalhaço
gostoso

o telefone toca
repartição pública
do caralho

mais um verso
amassado
na burocracia da tarde.

sábado, 10 de março de 2012

Explicando Cabral


Anfión, com sua flauta,
vai ao deserto.

Na paz do vazio,

começa a tocar.

Porém,
surge o acaso
e fode com tudo.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Arte Poética ( Esse título é inovador)

Não tenho métrica,
não enho rima.


Meu verso é livre,
meu verso é branco.

Às vezes,
mais branco
que livre.

sábado, 28 de janeiro de 2012

Morada

Senta, enverga e sua.
Ela pega na foice,
ela brinca de gente,
ela força um sorriso
pro filho com fome,
ela traz essa vida
entre os dentes.
Ri seu desespero,
com braço enfaixado
de agulha socada
na carne que pulsa,
ela cospe a ferrugem
dos anos a feno,
dos nós desatados,
do leite perdido,
ela cose a esperança,
ela suja essa terra,
com cara de tacho,
com cara de macho,
com tinta caseira
e mão de artista.
Ela sofre o passado,
ela olha ele mesmo,
ela colhe os farrapos
da vila que existe
na palma da mão.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

A Eterna Dança

Uma fina camada separa,

divisao imperceptivelmente imposta.

Distantes, nunca se tocam.

O baile da divergência é formado.

Elegante, a dança conquista

com a simpatia da aparência.

O movimento é calculado,

o espetaculo tem hora , tudo minuciosamente ensaiado.

Ao final a unidade fina traga o individual com prazer infante.

Não houve luta, não houve vaia.

A fina camada triunfa

Mais Uma Jornada

Findada a taça,

cada o corpo perde o norte.

Mais tarde,

lençóis remexidos.

Mana-noite recebe o novo-antigo membro...

Insônia o persegue...

Remorsos vagos e (des)conhecidos consomem.