sábado, 28 de janeiro de 2012

Morada

Senta, enverga e sua.
Ela pega na foice,
ela brinca de gente,
ela força um sorriso
pro filho com fome,
ela traz essa vida
entre os dentes.
Ri seu desespero,
com braço enfaixado
de agulha socada
na carne que pulsa,
ela cospe a ferrugem
dos anos a feno,
dos nós desatados,
do leite perdido,
ela cose a esperança,
ela suja essa terra,
com cara de tacho,
com cara de macho,
com tinta caseira
e mão de artista.
Ela sofre o passado,
ela olha ele mesmo,
ela colhe os farrapos
da vila que existe
na palma da mão.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

A Eterna Dança

Uma fina camada separa,

divisao imperceptivelmente imposta.

Distantes, nunca se tocam.

O baile da divergência é formado.

Elegante, a dança conquista

com a simpatia da aparência.

O movimento é calculado,

o espetaculo tem hora , tudo minuciosamente ensaiado.

Ao final a unidade fina traga o individual com prazer infante.

Não houve luta, não houve vaia.

A fina camada triunfa

Mais Uma Jornada

Findada a taça,

cada o corpo perde o norte.

Mais tarde,

lençóis remexidos.

Mana-noite recebe o novo-antigo membro...

Insônia o persegue...

Remorsos vagos e (des)conhecidos consomem.