quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Nonada


– “Meu amor!...”
viver é muito perigoso
pão ou pães, é questão de sertães...

aqui a estória se acabou.
aqui, a estória acabada.
aqui a estória acaba.

eu quase que nada não sei.
mas desconfio de muita coisa.

falsa
verdadeira
inventada.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

A queda

Esta é uma tentativa de letra de música nos idos de quando eu ainda tentava me entender com o violão!
Ficam as letras vão-se os acordes!

ei irmão
não faça assim comigo, não!
a lei que você obedece
daqui a pouco você a esquece.

só quer levar vantagem,
apela para a malandragem;
até pensa em derrubar os outros,
pois tudo para você é pouco.

quando eu o avisei,
você não me escutou,
agindo como um rei
você escorregou.

ei irmão
agora pede ajuda,
mas só ouve: não!
não há quem o acuda!

aqueles em que você pisou,
são os mesmos que lhe viram as costas.
no fundo do poço você chegou
ao perder apostas.

você tem uma 2ª chance,
veja se a aproveita;
o perdão a seu alcance:
mas traição ninguém aceita!

a vida lhe mostrou

que fazer o bem é o que está certo;

nela você acreditou
e agora está mais esperto!

Em silêncio


Ensina-me a sofrer
em silêncio
enquanto vivo em demasia;

ensina-me a chorar
quieto, menina,
quando tudo não passar
de gozo ou histeria.

Dias 05 e 06/02/2011 - Agenda Literária Cidade 2011

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Silêncios desbocados


Para cada palavra aranha:
uma teia de lembranças!
Para cada palavra grama:
uma saudade obesa come!
Para cada palavra manca:
um silêncio desbocado corre!
Para cada distância marota:
um mar oco repleto de abismos!
Para cada trôpego sucesso:
uma rosa cor de chumbo eterna!
Para cada gesto mudo:
o mundo inteiro surdo chora!
Para cada passo púrpura:
um azul sorriso contundente!
Para cada sobremesa:
um sobressalto calculado!
Para cada arranha-céu:
um esparadrapo cor de estrela!
Para cada porta fechada:
mil janelas abertas e um até já!
Para cada pão dormido:
um bom dia sem pensar!
Para cada palavra morte:
um perpétuo silêncio doce,
um último pijama novo,
um banquete natural aos vermes
e à paz que rói nossos calcanhares.

Ouro: XVIII Concurso Nacional de Poesia “Acad. Florestan Japiassu Maia”

Ogiva

meu coração –
esta ogiva –
te porta em caos:

aos berros bates a porta –
que não é verbo! –
sais sem ais nem uis
deixas de minha boca uais
pendendo à procura de sôs
conclusivos puta que pariu
me escapa no lugar de por quê?

meu coração –
esta marquês de sapucaí pocket –
te recebe em festa
raiva rugiu regeu o caos da outra estrofe
mas amor é bálsamo é vacina é o que há
de bão! urros agora são sussurros
socos e pontapés nem pela imaginação
passaram – arma de poeta é lágrima
preta posta na folha de papel!

meu coração –
esta caixinha de música –
te embala bailarina terno
ainda que te oferte rima brega
coitado: quem mandou gostar de
roberto & erasmo!

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Amores virtuais (poesia)

Amores virtuais

Conheceu à distância uma pessoa que insinuou lhe querer bem.
Despreparado que estava para o amor,
desnudou sua alma para esse alguém.

Acertou? Errou? Não sei.
Teve apenas que aceitar esse torpor
de ver partir um amor de imaginação.
E não guarda rancor a essa pessoa de longe,
(pelo menos é o que diz)

Moral da história: no mundo real ou no virtual,
segue valendo a pieguice de que amores vêm e vão.