sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Éter rubro

não minto nem sinto:
escrevo.
há razão para tal?
se há ou talvez mesquinhez
do poeta: palavra!
labirinto da memória
visão casual ou destaque
não ter asas não me pesa
anjos não me vêm ao nascimento diário
punheto o verso durante a madrugada
para aplacar a fome pseudofurto fodo fácil
fótons humilde fraco sobre frascos pútridos
ejaculo: letras minhas em rebanho estrangulam
o papel. escrevo não pelo nobel
ou por querer ser noel, não,
não há razão oh hímen eterno!
sou fulano escondido na frente
do palco sem pano chamado título
mistura de mimese rapsódia e sentir.
o mentiroso aqui é você,
leitor foca, que fez sem faca dessa gagueira
um texto com intenção.

sou vinho
e este: minha garrafa de
anarco/lutos.

Ao querido amigo & companheiro de hospício, Raul Furiatti Moreira

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

First

Saudações verdadistas. Inauguro minha primeira postagem com um poema feito para a Oficina do prof. Gilvan. Falar sobre amor sem cair no clichê, coisa maldita de difícil. Vale lembrar que, conscientemente, roubei uma ideia do poema "Amor", uma pequena pérola do nosso sisudo Pet. Abraços

Alguma possibilidade

Amor descolore cabelo,
do púbis poda pêlo,
omite desmazelo com
entulhos no guarda-roupa.

Aparece no primeiro dia,
solta fogos de alegria,
mas não fala que um dia
comprará cigarros.

Põe pinga na garrafa pet,
se tranca na kit-net e
vasculha a internet
atrás da prova do crime.

Aponta outro referente,
esquece em que já foi crente,
mesmo que ele só tente
ser aquilo outra vez.